O pensar design

Uma pessoa ao ver algum signo, o cataloga mentalmente conforme a bagagem cultural – este termo chave: bagagem cultural – e desencadeia a formação de conceitos e significados construindo uma lógica pessoal para tomadas de decisão. Percebe-se uma relação de conseqüência entre ver, assimilar e decidir. A maneira que este signo foi apresentado – etapa ver – interfere nas etapas posteriores. A maçante campanha midiática entorno do signo induz estas conseqüências. O pensar design começa com o ato de ver. Entende que o signo observado é apenas um detalhe dentro de uma cadeia sistêmica de significados e destrinça cada elemento cientificamente.

O ato observar é de natureza artística, é como um pintor capta a essência de algum momento para representá-lo. Em estado de contemplação nota padrões – cores, texturas, movimentos – e os internaliza para representá-los graficamente. O processo de internalizarão é pessoal e pode ser abdutivo. Com isso é formado desenvolvido uma identidade particular.

O ato de destrinçar – catalogar elementos – é de origem científica. Cada elemento possui propriedades físicas e químicas. Tiveram que passar por um processo de produção e possuem um custo.

Para ambos os casos, a bagagem cultural é um fator muito influenciador para formação de conceitos. Para um músico, o foco da sua bagagem cultural está nas percepções sonoras enquanto para o arquiteto é a ambiente. O pensar design consiste no resultado em uma fusão destes pensamentos uma vez que o foco da bagagem cultural não é tão especialista.

Desse modo, no design, é necessário fazer conviver a sutileza do artista a quem cabe contemplar e inferir necessidades quase atemporais e a ação do cientista a quem cabe avaliar a realidade, propor novos usos e valores e justificar propostas que, sínteses projetivas, são capazes de interferir no panorama da cultura, registrando-a histórica e tecnologicamente.” Lucrécia D´Alessio Ferrara

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